O Natal vinha de modo tão esperado, ele é sempre encantado por ser o dia em que as pessoas se amam mais, ficam puras de coração,que por um dia vêem o mundo de um jeito mais generoso e afeituoso, é marcado pelo nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele foi o maior presente que o mundo pode receber, e nesta data as pessoas se presenteiam talvez pela idéia de generosidade, de amor, que depositam naquele presente.
Eu o esperei de maneira singela e esperançosa. Então no dia 23 dormi calma e feliz, esperando por aquele dia agitado e bem contagiante. Logo quando acordei escultei o telefone tocar, deitada ainda, de lá eu escultava a conversa que era ao lado do meu quarto. A notícia jamais esperada para um dia daqueles.
Ele se foi.
Sim, o meu avô, o materno, pois o paterno também um dia já se foi.
Nem sei o que senti tudo parou, e só uma lágrima se moveu caindo de meus olhos.
Pensei logo na minha mãe. Pensei logo numa vida de 76 anos que se passou em que eu não fiz muito parte dela.
Ele morava longe, e eu nunca tive aquele contato, relação que todos dizem ter com seus avôs e avós, mas senti um vazio, até mesmo por isso. Percebi que com 16 anos eu sinto falta de um avô, sinto falta daquela presença, sinto revolta por a vida não ter me dado a sensação de bem estar que os avôs dão aos netos. É difícil, jamais sentirei a tal sensação de mais uma pessoa ali te protegendo. Mas sei que vou sobreviver buscando ser mais forte, porque hoje só tenho as pequenas lembranças.
Não ouve o melhor presente nesse natal que cobrisse todos esses sentimentos de perda.
Talvez, apesar de ainda eu ter tido um encontro com a outra famíla paterna, nem houve um Natal.
Hoje eu rezo para os dois vovôs, que onde eles estejam, estejam em paz, em tranquilidade, ao lado de Deus, me olhando lá de cima, transpirando em mim todo o amor que eles têm, porque eu preciso desse amor.
