Mas que vontade de sair correndo por aí como se nada mais importasse. Ser feliz com pouco, desejar menos, se preocupar menos. Tudo menos e ao menos tempo tudo tão mais. Mas que saudade de tudo isso, grandes tempos. Tempos em que ver alguém sorrindo pra gente já era motivo de grandes gargalhadas. Em que aprendemos a cair e levantar como sempre deveríamos, sorrindo. Em que os choros não tinham motivos que nos faziam pensar e repensar. Mas que saudade da inocência, da felicidade pura, dos sonhos realizáveis – mesmo que em brincadeiras, onde nos fazíamos os super heróis. Como era bom ser criança.
Fico vendo o quanto mudei. A verdade é que nunca fui do tipo de menina tradicional. Nunca fui aquela típica bonequinha. Eu era mais desinibida que hoje, conversava mais com todos, dançava onde a música tocava, gritava berrava se fosse preciso, era mais determinada dava sempre um jeito pra conseguir o que eu queria. Era aquela menina atentada, daquelas que colocavam chiclete no cabelo da irmã, estragava as bonecas, armava e sempre encontrava alguém pra assumir a culpa, sem frescuras. É eu era terrível. Mas era bom, eu não me importava tanto com as coisas, não me preocupava tanto com o que as pessoas deixavam ou não de pensar, achava que tudo e todos eram bom e pronto. Eu estava sempre procurando um jeito de ser diferente, de me fazer única, procurava também me mostrar mais mulher, aí de quem me chamasse de criança - risos. Fico lembrando como eu me achava adulta, como eu queria ser adulta e buscar os melhores momentos da minha vida sem perceber que o melhor momento eu já estaria vivendo. Bons momentos, momentos de busca por liberdade sem perceber que eu já a tinha, sem compromissos, sem responsabilidades, etc.
Nossa, e como eu gostava de me divertir, é antes eu era mais animada. Não pensem que era brincando de boneca, essas coisas de menina não. Era apostando corrida de bicicleta, jogando bola na rua, soltando pipa, brincando na chuva, subindo em árvores, descendo da rampa mais perigosa de patins e de costa, eu era uma menina machona - risos -, tinha muitos amigos homens. Depois de um tempo que eu vim mudando, virando mais mocinha e descobrindo que eu não queria mais ser amiga dos meninos e sim namorada - muitos risos -, aí eu parei de ser aquela menina machona. Quer dizer eu acho - risos.
Mas era bom esse tempo, muito bom. Hoje tenho só as marcas, é tudo isso me geravam grandes marcas, na memória e no corpo também - risos. Nossa que saudade. Esqueci que antes eu me machucava e nem ao menos derramava uma lágrima, arriscava sem pensar e buscava o que eu queria de qualquer forma.
Ok, chega de nostalgia. E vamos ao ponto principal:
Quero desejar feliz dia das crianças a todos! Aqueles que ainda têm o poder de se fazer criança e a todas as outras, que espero que estejam tendo a oportunidade de realmente viver como criança.
Olha eu aí gente *-*